Em assembleia estadual realizada na tarde desta quarta-feira, dia 18/04/18, os/as trabalhadores/as em Educação votaram e decidiram pelo estado de greve na rede estadual e suspensão temporária da greve por tempo indeterminado.
A decisão da categoria foi tomada a partir das avaliações das regiões sobre o quadro atual do movimento. A categoria ouviu o relato do Comando Estadual de Greve, que se reuniu no período da manhã, ouviu diferentes posições sobre a continuidade e a suspensão da greve e votou pelo "Estado de Greve", com a suspensão temporária da greve, por tempo indeterminado, com as seguintes propostas:
- Vincular o Estado de Greve à promulgação da PEC 49/18 sobre o Piso Salarial.
- Realizar a negociação da reposição somente após a promulgação da PEC como forma de pressão. O processo deve ser construído coletivamente de modo a impedir retaliações, assédio moral e outras práticas semelhantes.
- Mobilizar para pressionar pela votação da PEC 49/18 realizando paralisações com caravanas nas votações de 1º e 2º turnos.
- Realizar ações permanentes de cobrança de todos os retroativos e passivos que o governo do estado deve à categoria com dia estadual de cobrança por mês, pelo tempo que for necessário.
- Realizar reuniões dos comandos locais de greve e diálogo com a sociedade sobre a suspensão temporária da greve e a continuidade das mobilizações.
- Participar do Ato nacional em Ouro Preto e levar a cobrança das nossas questões estaduais.
- Retorno às atividades no dia 23/04 (segunda-feira). O governo será notificado da data pelo Sindicato.
- Concordar com as seguintes questões que já foram apresentadas pelo governo à categoria:
1. Regularização dos pagamentos de prestadores de serviço pelo IPSEMG até junho deste ano incluindo o cartão-farmácia.
2. Retomada das nomeações do concurso (serão no mínimo 10 mil nomeações em 2018).
3. Retorno do pagamento de férias-prêmio em espécie para quem já aposentou.
4. Pagamento do retroativo do reajuste de 2016 (pagamento parcelado de abril a dezembro deste ano).
5. Negociação das demandas dos/as servidores/as de Superintendências Regionais de Ensino e do Órgão Central sobre jornada de trabalho e férias-prêmio.
6. Continuidade de negociação das demais reivindicações da pauta.
De acordo com a avaliação da assembleia, a categoria continua a luta e a cobrança ao governador Fernando Pimentel de todas as questões que não foram resolvidas até o momento.
Apoios recebidos
Durante assembleia estadual desta quarta-feira, duas importantes lideranças nacionais, Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e Sônia Guajajara, especialista em educação e coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil prestigiaram a luta dos profissionais da educação.
Exemplo de resistência
“Vocês são exemplo de resistência para o Brasil, num momento em que a nossa democracia está seriamente ameaçada. É uma honra e um grande prazer estar neste espaço em que professores, professoras e a classe trabalhadora resiste à retirada de seus direitos”, disse Boulos.
Solidariedade dos povos indígenas
Sônia Guajajara também trouxe o abraço de seu povo às lutadoras e lutadores em defesa de uma educação pública de qualidade e disse que todas as vezes que os trabalhadores em educação de Minas levantarem a voz em defesa de seus direitos a solidariedade dos povos indígenas do Brasil.
Diversas entidades sindicais, populares e estudantis, também levaram apoio aos educadores/as de Minas Gerais. MAB, MST, Sindieletro-MG, UNE, UBES, CUT/MG, CTB/MG, Sinpro/MG, Levante Popular da Juventude, entre outras.
Vocês nos ensinam!
Soniamara Maranho, do MAB, Movimento dos Atingidos por Barragens, voltou a lembrar que a educação, com sua luta politizada e firme é exemplo para outras categorias e para a classe trabalhadora como um todo.
Luta permanente
A presidenta da CTB Minas e do Sinpro/MG, Valéria Morato, destacou a importância da unidade na luta e ressaltou que a suspensão do movimento não põe fim à luta da educação, que é permanente e extremamente importante.
Aplausos
Glaubert Reis, da UCMG, União Colegial de Minas falou em nome de todas as entidades estudantis presentes e disse que os estudantes aplaudem o movimento dos profissionais da educação.
Lutar e resistir!
Jairo Nogueira, secretário-geral da CUT/MG, também manifestou a admiração que as entidades sindicais, especialmente, as do ramo CUTista têm dos trabalhadores e das trabalhadoras em educação. “Com vocês a gente aprende a lutar e a resistir.”
Moções de Repúdio
Pela manhã, durante Conselho Geral, os comandos locais de greve fizeram uma ampla discussão do movimento em suas bases e avaliaram todo o processo de luta construído. Dos 31 comandos de greve presentes, 22 avaliaram pela suspensão temporária da greve, seis disseram que iriam acompanhar a decisão da assembleia e outros três se posicionaram pela continuidade da greve por tempo indeterminado, decisões que foram reportadas a toda a categoria no período da tarde. Também foi votada e aprovação moção de repúdio à prisão política do ex-prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado.
Fotos: Taís Ferreira - Sind-UTE/MG
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