Matéria publicada no portal Serra das Águas: (http://serradasaguas.net/2017/03/23/agora-foi-vez-de-pouso-alto-protestar-contra-reforma-da-previdencia/)
Na tarde dessa quinta-feira (23), professores e outros trabalhadores da Educação, em Pouso Alto, fizeram uma manifestação contra a Reforma da Previdência e a favor de uma greve geral no país. Com o apoio de jovens da cidade e de colegas da região, eles se concentraram na praça central e saíram pelas ruas, empunhando faixas e cartazes, panfletando e gritando palavras de ordem.
De acordo com a professora Luziane Aparecida de Carvalho, uma das organizadoras do ato público, o objetivo é chamar a atenção das autoridades e, principalmente, dos cidadãos. “É preciso que as pessoas se conscientizem e se unam a nós. A manifestação pública é a única arma que os cidadãos têm para lutar pelos seus direitos”, disse Luziane. E completou: “estamos nas ruas hoje para lutar pelos direitos dos trabalhadores e porque entendemos que a Reforma da Previdência fere os nossos direitos”. Ela disse, ainda, que a luta não é só dos professores, e que eles estão à frente pela cidadania. “Se queremos formar cidadãos, primeiramente temos que ser cidadãos. E a escola tem a obrigação de assumir esse papel”, declarou a líder da manifestação em Pouso Alto.
O professor Antônio Carlos, também disse que a manifestação é boa para conscientizar os cidadãos sobre os seus direitos. “Os nossos direitos estão sendo violados. Não somente dos professores, mas de todos os trabalhadores do país”, expressou o professor de matemática.
Outro participante, professor Carlos de Itamonte, disse que estava em apoio ao pessoal de Pouso Alto para alertar as pessoas sobre a necessidade de todos se manifestarem contra as reformas trabalhista e da Previdência. “Temos que mostrar aos trabalhadores brasileiros, não só os da Educação, como será ruim para todos nós se essas reformas forem aprovadas. Será um retrocesso”, afirmou Carlos.
A jovem Maria Gabriela Andrade Vilela participou da manifestação porque está preocupada com o futuro. “Estou aqui não só pelo meu futuro, mas pelo futuro do país, porque sei que essa PEC prejudicará todos os trabalhadores”, disse Gabriela. “A aposentadoria é um direito de todos”, acrescentou a jovem.
A manifestação contou com a presença do professor Cássio Diniz, diretor do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) e coordenador da sub-sede de Caxambu. Segundo ele, “se a reforma for aprovada, serão retirados direitos básicos dos trabalhadores”. Ele entende que “a proposta enviada ao Congresso pelo governo não resolve o problema”. “Ao contrário, piora”, disse Cássio. Ele é totalmente contra os pontos propostos e ressalta, por exemplo, a equiparação dos direitos de homens e mulheres em relação ao tempo de serviço. “A proposta desconsidera a dupla jornada da mulher”, enfatizou. Ele acusou o governo de querer a privatização da Previdência.
De acordo com o representante do Sind-UTE, a atualização das cidades com escolas estaduais em greve (e com redes municipais em mobilização), com dados da assembleia regional realizada na quarta-feira (22), na Subsede Caxambu, é a seguinte: Caxambu: duas escolas em greve total, uma parcial (de quatro). Rede municipal mobilizada; São Lourenço: tosas as seis escolas em greve. Rede municipal mobilizada; Cruzília: duas escolas em greve total, uma parcial (de três). Rede municipal mobilizada; Baependi: três escolas em greve total (de quatro), Rede municipal mobilizada; Pouso Alto: a única escola está em greve total; Itamonte: a única escola está em greve total; Itanhandu: as duas escolas estão em greve parcial; Soledade de Minas: a única escola está em greve total; Carmo de Minas: as duas escolas estão em greve total. Passa Quatro: uma escola em greve total, uma parcial (de duas); Minduri: a única escola e a Apae em greve total; Virgínia: a única escola está em greve total; Seritinga: a única escola está em greve total; Conceição do Rio Verde: uma escola parcial (de duas); São Tomé das Letras: paralisações em alguns dias.