terça-feira, 30 de abril de 2013

Artigo: Educação Enlatada - a alienação do trabalho chegando às salas de aula

por Cássio Diniz*

Uma das principais características do capitalismo é a transformação dos seres humanos em mercadorias e, principalmente, em máquinas geradoras de riquezas a serem expropriadas pela classe dominante. Para isso, busca ao máximo fragmentar um importante atributo do ser social: o trabalho. Separa-se o “pensar o trabalho” da tarefa em si, processo esse intitulado de alienação do trabalho. O homem se transforma em um ser autômato, desprovido de sua capacidade de compreender seu papel e, não obstante, reconhecer o valor de seu trabalho e de se apropriá-lo. A alienação do trabalho torna-se a base fundamental da exploração de uma classe sobre a outra na sociedade moderna contemporânea.

Contudo, o capitalismo se desenvolveu de forma desigual e combinada. A alienação se inseriu no mundo do trabalho em diversos lugares de formas distintas. Mais profundo na produção industrial desde o século XIX, mas dinâmico no mundo corporativo no século XX, mais dissimulado na cultura e nas artes no século XXI. E nos últimos 20 anos acompanhamos uma forte ofensiva da alienação do trabalho também no ambiente escolar.

Em meio às metamorfoses do capital, no qual se busca novas formas de exploração de mais-valia e acumulo de riquezas – garantindo assim a produção e reprodução do status quo –, o ideal capitalista tem transformando tudo em mercadoria. A educação, ao lado da saúde, não escapou dessa dinâmica. Seja por meio de sua mercantilização descarada (a proliferação das escolas particulares e o fetiche por tal produto), seja também por meio da transformação da educação pública em um instrumento de formatação de uma força-de-trabalho barata, porém produtiva. Em meio a esse processo, percebemos o fenômeno da alienação do trabalho no profissional docente.

O professor, antes visto como o agente principal do processo de ensino-aprendizagem – ao lado do aluno –, vê seu papel social diminuir diante das novas lógicas de mercado inserido no ambiente escolar. A busca desenfreada pela produção de uma mercadoria (neste caso, o aluno futura mão-de-obra) de forma mais rápida, mais barata e mais produtiva (e também mais submissa) faz com que o professor passe por um verdadeiro processo de alienação. Sob a desculpa da busca de uma “pseudo-qualidade” medida em números, seu trabalho sofre uma brutal intervenção; o docente é obrigado, por meio de diversos mecanismos, a abrir mão da elaboração autônoma de suas aulas, e adotar conteúdos e normas prontas, construídas por sujeitos externos ao ambiente no qual se dá a educação. Em outros termos, o professor torna-se um simples cumpridor de tarefas, um tarefeiro; uma máquina que tem como papel apenas apertar mais um parafuso em uma cadeia produtiva.

O planejamento de uma aula é um importante (mas não único) elemento na busca de uma educação de real qualidade e de real interesse da população. No entanto, a elaboração desse planejamento deve ser atribuição do professor, em conjunto com os seus colegas e a sua comunidade escolar, respeitando a diversidade local, e aproveitando-se das experiências adquiridas em sua formação e ao longo de sua carreira. Impor um modelo de planejamento, ou a forma de como deve ser feito, tirando do professor a autonomia sobre as mesmas, e obrigando-o a adotar uma educação enlatada, pronta – fast food –, é contradizer o próprio conceito de educação como prática da liberdade.

Essa realidade demonstra a discrepância absurda existente entre as ideias que permeiam a área da educação e a prática imposta nas salas de aula. Ao mesmo tempo em que observamos a existência e a divulgação de políticas educacionais e projetos político-pedagogicos que tem como mote a formação do ser humano cidadão, atuante e protagonista na construção de sua própria história social, essas mesmas políticas impõe modelos educacionais que buscam cada vez mais a burocratização e a desumanização do ensino.

Nesse momento seria uma grande contradição pedagógica o professor aceitar e se submeter a essa imposição. Como profissionais da educação, como sujeitos detentores do papel social fundamental para a conscientização da sociedade, torna-se seu dever resistir ao processo de alienação de seu trabalho. No entanto, como outros aspectos da vida humana, as ações de resistência e transformação devem se construir a partir do coletivo.

Professores, supervisores, diretores, funcionários, alunos, pais, etc., debatam essa realidade em seu ambiente de trabalho, em suas casas, nas rodas de amigos. Busquem coletivamente formas e ações de resistência que possam impedir a destruição da educação pública de interesse social. Somente a união e a mobilização podem nos instrumentalizar para fazer frente a esses ataques, como também nos permitir alcançar as transformações que tanto desejamos.



*Cássio Diniz, graduado em História pela Universidade Salesiana de São Paulo, e mestre em Educação pela Universidade Nove de Julho. É professor da rede pública estadual de Minas Gerais e foi professor-convidado na Unisalesiano/Lins. Atualmente é diretor estadual do Sind-UTE/MG.

1º de Maio - Dia do Trabalhador: Atividade em Caxambu

1º de maio, Dia do Trabalhador! Nessa data relembramos as lutas da classe trabalhadora em prol de uma sociedade justa e igualitária, sem exploradores nem explorados. Um dia que recordamos os embates que os trabalhadores fizeram ao longo da história, das conquistas, das vitórias, mas também das necessidades de avançarmos na defesa dos interesses de nossa classe.

Essa data entrou para a história em 1886, quando os operários de Chicago (EUA) foram às ruas reivindicar a jornada de 8 horas diárias, foram reprimidos e seus líderes sindicais foram executados. A partir de então, o 1º de maio tornou-se o Dia Internacional da Classe Trabalhadora, uma data importante para as nossas lutas e reivindicações.

No Brasil, em Minas Gerais e em Caxambu os professores, servidores públicos, operários, comerciários, etc., estão em luta em prol de seus direitos. E os direitos da classe trabalhadora são os direitos de toda a sociedade. É por isso que nesse 1º de maio, o Sind-UTE/MG (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais – subsede Caxambu) e o SINDISCAXA (Sindicato dos Servidores Municipais de Caxambu) estarão juntos em prol da solidariedade de classe em nossa cidade.

Fazemos um chamado aos demais sindicatos e trabalhadores de nossa cidade. Convidamos todos a juntar forças em defesa de nossos direitos, em prol de um futuro melhor para todos nós. UNIDOS, SOMOS MUITO MAIS FORTES!

Data: 1º de Maio
Horário: das 8h30 às 13h
Local: Calçadão

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Manifestação de professores/trabalhadores em educação em frente ao Mineirão (BH)

No segundo dia de greve nacional, os professores e trabalhadores em educação foram as ruas protestar contra a precarização e a desvalorização da profissão docente em Minas Gerais. O ato, organizado pelo Sind-UTE/MG, ocorreu em frente ao Estádio do Mineirão, e buscou aproveitar o destaque do amistoso da seleção brasileira para furar o bloqueio da mídia e denunciar que o governo de Minas não cumpre a Lei Nacional do Piso Salarial do Magistério, além de destruir a carreira (plano de cargos e salários), retirar professores habilitados de sala de aula (Ed. Fis. anos iniciais), burocratizar o processo ensino-aprendizagem e atacar os direitos constitucionais dos trabalhadores.

Para a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, a mobilização da categoria mineira é um indicativo de que a educação está insatisfeita com esse governo. “Os trabalhadores vão às ruas para lutar pelo pagamento do Piso, pois este governo não valoriza e não respeita a educação. O movimento determinou que o dia 05 de maio é o prazo para o governo descongelar a carreira, pagar o Piso Nacional, melhor o serviço do IPSEMG e nomear os concursados para todos os cargos vagos.”
Manifestação em frente ao Mineirão, antes do jogo Brasil X Chile. Atrás da faixa, Eurides Maria, trabalhadora em educação (ATB) de Caxambu

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Professores e trabalhadores em educação se mobilizam em defesa da valorização da carreira docente, por salário, carreira e profissionalização


Dia 23 de abril (terça-feira) começou a Greve Nacional da Educação. Em todo o país os professores paralisaram suas atividades como protesto aos constantes ataques que vem sofrendo nos últimos tempos. Os baixos salários, o não cumprimento integral da Lei do Piso Salarial, a destruição da carreira, a burocratização do processo de ensino-aprendizagem nas escolas, entres outros, são elementos que desvalorizam cada vez mais a profissão docente. 
Em Minas Gerais essa realidade torna-se mais dura. Além de todos esses ataques, o governo estadual assedia, oprime e reprime os trabalhadores docentes que ousam se levantar diante da destruição da educação pública. Essa semana, a Secretaria de Estado da Educação, por meio de seus agentes, desencadeou uma ofensiva que buscou intimar parte de nossa categoria. Mesmo sendo proibidas as práticas anti-sindicais, ocorreram diversas formas de coerção contra os professores que estavam aderindo à paralisação. Isso tem que ser denunciado imediatamente. 
Em Caxambu conseguimos a adesão de um importante número de professores. As duas principais escolas estaduais da cidade tiveram suas atividades paralisadas parcialmente, a mercê dos ataques do governo. Isso é importante, pois demonstra o grau de insatisfação e vontade de fazer algo por parte de nossa categoria. Além disso, a cidade mandou representantes para participarem da assembleia estadual em Belo Horizonte. 

ASSEMBLEIA: Nesse dia ocorreu a assembleia estadual dos professores, convocado pelo seu sindicato, o Sind-UTE/MG. Mesmo diante de tantos ataques, a categoria conseguiu mobilizar 4 mil professores de diversas regiões de Minas, demonstrando a resistência contra a ditadura mineira. 
Em assembleia, os professores aprovaram extensa pauta de reivindicações e um calendário de lutas, que prossegue até o dia 05 de junho, com indicativo de greve, quando realizam nova Assembleia. 
Para a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, a mobilização da categoria mineira é um indicativo de que a educação está insatisfeita com esse governo. “Os trabalhadores vão às ruas para lutar pelo pagamento do Piso, pois este governo não valoriza e não respeita a educação. O movimento determinou que o dia 05 de junho é o prazo para o governo descongelar a carreira, pagar o Piso Nacional, melhor o serviço do IPSEMG e nomear os concursados para todos os cargos vagos.” Após a assembleia, os professores saíram em manifestação pelas ruas da capital, até a praça Sete. 

Sind-UTE MG conquista direito de opção para exigência curricular 

Após a regulamentação da hora-atividade na rede estadual (Lei Estadual 20.592/12, Decreto 45.126/13), a Secretaria de Estado da Educação passou a obrigar os professores a assumirem aulas além do seu cargo de 24 horas semanais. Esta obrigatoriedade se deu através de exigência curricular. Desta forma, obrigatoriamente os professores, com dois cargos, passaram a fazer 60 horas semanais. 
O sindicato procurou insistentemente a Secretaria de Educação para discutir esta situação, mas ela não quis reunir com a entidade. A alternativa do sindicato foi recorrer ao Poder Judiciário na tentativa de reverter esta situação. 
O sindicato conquistou antecipação de tutela tornando facultativa as aulas a título de exigência curricular. Isso quer dizer que o professor não é obrigado a trabalhar jornada que exceda que exceda 24 horas. Esta é uma importante conquista da categoria. Muitos professores estavam obrigados a trabalhar até 60 horas semanais. 

Estudantes de Caxambu realizam manifestação em defesa da valorização dos professores e por educação pública de qualidade 

No segundo dia da greve nacional, estudantes do ensino médio das escolas Polivalente e Ruth Martins fizeram uma pequena manifestação em apoio aos professores que estão em luta pela valorização da carreira. A palavra de ordem entoada pelos estudantes foi que para se ter uma educação de qualidade, é necessária a valorização do professor, incluindo aí a sua remuneração.

Calendário estadual de atividades e mobilizações

27/04 (sábado) – Encontro dos Servidores das Superintendências Regionais de Ensino (SRE´s).

30/04 (terça-feira) – Participação na Audiência Pública promovida pelas Comissões de Educação, Ciência e Tecnologia e de Esporte, Lazer e Juventude da ALMG para discutir a retirada dos professores de Educação Física e de Ensino Religioso dos anos iniciais do Ensino Fundamental (artigo 4º da Resolução 2.253/13).

1º/05 (quarta-feira) – Participação nas atividades do dia do trabalhador, para fazer a denúncia dos problemas do funcionalismo público, com panfletagens do material sobre o Choque de Gestão.

04 e 05/05 (sábado e domingo) – Capacitação de formadores do Plebiscito População pela redução das tarifas de energia e do ICMS na conta de luz.

13/05 (segunda-feira) – Discussões sobre a implantação da Lei Federal para o currículo de culturas afro-brasileira e indígena. 

18/05 (sábado) – Realização das pré-conferências regionais preparatórias à Conferência Nacional da Educação (CONAE).

Mês de maio – coleta de assinaturas para o Projeto de Iniciativa Popular para o descongelamento da carreira dos profissionais em educação da rede estadual.

26/04 a 04/06 – Visita às escolas, realização de assembleias locais ou regionais.

5/06 (quarta-feira) – Assembleia Estadual.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Cartilha sobre 1/3 de hora-atividade na Rede Estadual de Minas Gerais

Para download, clique na figura abaixo:

Orientações sobre os servidores considerados inaptos no exame pré-admissional para aprovados a cargos efetivos:


Orientações sobre os servidores considerados inaptos no exame pré-admissional para aprovados a cargos efetivos:

Muitos dos aprovados no concurso do Estado estão sendo considerados inaptos, principalmente pelos peritos fonoaudiólogos. A grande maioria são servidores que já possuem cargo designado ou efetivado no Estado. O Sind-UTE MG faz as seguintes orientações

1- Servidor considerado INAPTO: 

Caso o servidor seja considerado inapto no exame pré-admissional para aprovados a cargos efetivos de admissão, ele deve fazer um RECURSO no prazo de 10 dias corridos da data da ciência do resultado de inaptidão.

Juntamente com o recurso, deverá constar laudo do médico particular que teste sua aptidão para o cargo juntamente com exames particulares, se houver.

O recurso deverá ser protocolizado ou enviado pelos Correios, devidamente identificado com nome, RG e CPF, à Unidade Pericial em que foi periciado.

Observação: A interposição de recurso suspende o prazo legal para a posse do candidato.

2- Recurso INDEFERIDO:

Caso o recurso do servidor seja indeferido, ele deverá enviar os seguintes documentos ao departamento jurídico do Sind-UTE MG com urgência:
a. Nomeação do concurso;
b. Edital completo;
c. Laudos que considerou o servidor inapto (a);
d. O recurso apresentado pelo servidor;
e. Indeferimento do recurso;
f. Publicação no diário oficial do indeferimento;
g. Laudo do médico particular favorável e explicando que sua enfermidade não a impede de exercer a profissão em questão;
h. Exames particulares que comprovem a aptidão, se houver;
i. Cópia do CPF e identidade;
j. Cópia do último contracheque, se trabalhar no Estado;
k. Contagem de tempo, se for designado ou efetivado no Estado;
l. Procuração e declaração no modelo do sindicato, devidamente assinados.

Os documentos serão analisados com urgência e tomaremos as devidas medidas judiciais cabíveis.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

ATENÇÃO PROFESSORES QUE ESTÃO SENDO AMEAÇADOS EM SUAS ESCOLAS

Estamos recebendo diversas denúncias de assédio em escolas estaduais de nossa região, contra aqueles que irão aderir à Greve Nacional dos dias 23, 24 e 25 de abril, principalmente aqueles que são designados.
Informamos que todo servidor público, seja ele efetivo, efetivado ou designado, tem direito à greve, sendo que em seu prontuário deve ser marcado FALTA GREVE, e não FALTA COMUM. E a falta greve não pode contar como falta comum a fim de ser usado para dispensa do servidor.
O agente que estiver ameaçando os servidores com demissão está cometendo os seguintes crimes: desrespeito ao Art. 9º e ao Art. 37 (inciso VII) da Constituição Federal, desrespeito à Lei 7.783/89, e assédio moral (Lei estadual LC nº 117 e decreto 46.060).
Caso você esteja sendo coagido ou ameaçado, peça que seja informado por escrito sobre possíveis punições. Peça tudo por escrito. Isso é a nossa arma e a negação de tal papel mostrará o quanto eles estão errados.
DENUNCIEM A SITUAÇÃO DE SUA ESCOLA.
UNIDOS, SOMOS MUITO MAIS FORTES!!

ORIENTAÇÕES SOBRE A PARALISAÇÃO NACIONAL DOS DIAS 23, 24 E 25/04/13

O Estado de Minas Gerais está veiculando nas escolas estaduais que os servidores designados, que aderirem à paralisação nacional nos dias 23, 24 e 25 de abril, serão dispensados por atingirem o limite de falta, que corresponde a 10% da sua carga horária mensal.

Essa informação NÃO É VERDADEIRA.

Todos os servidores públicos (efetivos, efetivados, em estágio probatório ou designados) têm direito ao exercício da greve. Este direito está expressamente contido na Constituição Federal (artigo 37, inciso VII).
As faltas advindas da paralisação não se confundem com faltas injustificadas. Em outras palavras, as faltas-greve não estão sujeitas a aplicação de sanções administrativas e não podem levar os servidores à demissão, suspensão, repreensão ou qualquer outra penalidade administrativa.
Deste modo, nenhum servidor pode ser punido pela simples participação na greve, até porque o próprio Supremo Tribunal Federal entende que a simples adesão a greve não constitui falta grave (Súmula n° 316 do STF).
Assim, todos os servidores (efetivos, efetivados, em estágio probatório ou designados) que aderirem à paralisação nacional dos dias 23, 24 e 25 de abril não poderão sofrer qualquer penalidade administrativa.
Importante apontar que não é necessário que o servidor comunique à Escola, Superintendência ou qualquer outro órgão que irá participar da paralisação, uma vez que o Estado de Minas Gerais já foi previamente comunicado pelo Sind-UTE MG.
Portanto, caso o livro de ponto não conste que as faltas são “falta-greve” ou “paralisação”, o servidor deve fazer um requerimento por escrito para a própria escola, em duas vias, exigindo a retificação das faltas, uma vez que elas são advindas da paralisação nacional.
Outra orientação é informar ao sindicato qualquer tentativa de coerção praticada por representante da Secretaria de Estado da Educação ou Direção de Escola. Atos contra a organização do trabalho e a liberdade sindical constituem crime e o sindicato tomará as medidas cabíveis para que o direito de organização da categoria seja preservado.

sábado, 20 de abril de 2013

Para refletirmos um pouco...


sexta-feira, 19 de abril de 2013

Para Governo de Minas ter opinião é "desacato a autoridade"


Era para ser mais uma reunião de discussão de questões pedagógicas convocada pela Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais através da Superintendência Regional de Ensino. Mas terminou na delegacia de polícia da cidade, com o registro de um boletim de ocorrência. A suposta vítima seria a representante da Secretaria que, ao iniciar sua palestra, foi questionada por uma professora. O questionamento não fazia parte da pauta nem da metodologia da reunião e a representante do Governo se sentiu desacatada pela professora. E achou que a Polícia Militar saberia lidar melhor com questionamentos pedagógicos do que ela. No boletim de ocorrência a situação é relatada como desacato a autoridade.

A situação descrita parece algo do período da ditadura militar porque neste período as coisas eram resolvidas pela polícia, de maneira repressiva. Mas aconteceu em abril deste ano, na cidade de Monte Carmelo, com uma professora da rede pública estadual, que também é diretora estadual do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG). Não acreditamos em coincidências. A cidade tem forte histórico de organização sindical, de participação em movimentos reivindicatórios e a Subsede do Sindicato tem feito um intenso trabalho de visitas às escolas estaduais.

O que ocorreu demonstra o que temos denunciado nos últimos anos: a incapacidade do atual governo do Estado em dialogar e negociar com quem pensa diferente dele, a permanente prática de criminalizar a organização sindical no estado e o desrespeito ao professor.

Além do controle do tempo do professor com o estabelecimento de jornadas extenuantes de trabalho, a ordem agora é controlar o que pensamos. Se uma reunião pedagógica não é espaço para questionamentos, discussões e avaliações, qual o sentido de nos reunirmos? Qual o sentido da educação? O que pensadores da educação como Paulo Freire diria diante desta tentativa de mordaça e prática de intolerância em pleno período de democracia participativa?

Diante de tudo isso ainda é possível refletir que alunos não aprenderam sozinhos a agredir física e moralmente os professores, estão aprendendo com o governo. É assim também que se aprende a intolerância e o sentimento de eliminar quem pensa diferente. 

Beatriz Cerqueira
Coordenadora-geral do Sind-UTE/MG

terça-feira, 16 de abril de 2013

Assembleia Estadual em BH: caravana de Caxambu e Região

Prezados colegas,

O Sind-UTE/MG - subsede Caxambu - está organizando a caravana de nossa região para participar da Assembléia Estadual, que ocorrerá no dia 23 de abril (primeiro dia da greve nacional).
Para aqueles interessados em ir, pedimos que entre em contato conosco, por e-mail (sindutecaxambu@hotmail.com) ou pelo telefone (31) 9669-4976 (Vivo - podem ligar a cobrar).
Deixem seu nome, RG, localidade e telefone para contato.
Mais detalhes, informaremos aos participantes no final dessa semana.

Atenciosamente
subsede Caxambu

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Atrás de um belo discurso sempre há uma horrível verdade

Nos dias 23, 24 e 25 de abril irá ocorrer a Greve Nacional da Educação. É um momento convocado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE – e pelos sindicatos estaduais da educação (como o Sind-UTE/MG). Serão dias em que os professores e trabalhadores em educação darão seu recado aos governos, em prol do piso salarial, carreira, profissionalização, justiça e qualidade da educação. 

O poder público, todo ano, gasta milhões de reais em propaganda e divulgação, apontando o quanto a educação vai bem. Segundo o governo estadual, a educação de Minas Gerais é uma das melhores do Brasil. No entanto, esse discurso reflete a verdade? 

É uma triste realidade a que vivemos. Os nossos salários estão aquém de nossas mínimas necessidades. Nossos planos de carreira foram destruídos, nossas condições de trabalho são desconsideradas. E diante de tudo isso cada vez mais o governo nos oprime e nos assedia. Não somente os professores, mas os supervisores, diretores e demais funcionários também sofrem de tal abuso cotidianamente. A burocratização e a desumanização do processo educacional no interior das escolas aprofundam-se cada vez mais, provocando o desanimo e o esgotamento emocional e físico dos profissionais da educação. Estamos em uma situação crítica. Como podemos garantir uma educação de qualidade sob tais circunstâncias? 

É por isso que os professores e trabalhadores em educação de nossa região precisam participar dessa paralisação. Lógico que os problemas não se resolverão em três dias, mas precisamos dar o nosso recado aos governantes. É preciso demonstrar claramente a nossa indignação e a nossa capacidade de mobilização, e por meio dela dizer que "não se pode colocar a cangalha nos professores" como tem feito até agora. 

Com certeza, essa greve significa a paralisação das atividades escolares nesses três dias. Muitos irão dizer – e se contrapor ao movimento – alegando o prejuízo que nossos alunos poderiam ter. Discurso esse compartilhado pelo governo (e pela SEE/MG) e usado para derrotar a mobilização. Contudo, é importante lembrar que a luta pela valorização dos professores e trabalhadores em educação é um passo fundamental na construção de uma educação pública de qualidade. Precisamos agir hoje para garantirmos um futuro melhor para os nossos jovens. São três dias paralisados (e que serão repostos), mas que pode repercutir em um futuro melhor para todos. 

Professores, supervisores, bibliotecários, diretores, secretários e funcionários de escola, a mobilização coletiva é importante para a construção de uma sociedade justa e igualitária. E nós devemos ser os protagonistas dessa tarefa. UNIDOS, SOMOS MUITO MAIS FORTES!

sábado, 13 de abril de 2013

Sindicato questiona retirada de professores de educação física e Educação Religiosa


Diante da ordem verbal encaminhada por várias Superintendências Regionais de Ensino para que os professores de educação física e ensino religioso sejam retirados das turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental, o Sind-UTE/MG esclarece que o artigo 4º da Resolução 2.253/13 ressalva a questão dos professores que já estão na escola e possuem habilitação em Educação Física e Ensino Religioso.
Veja:

“Nos anos iniciais do Ensino Fundamental os componentes curriculares de Educação Física e Educação Religiosa serão ministrados pelo próprio regente da turma, exceto quando na escola já houver professor efetivo ou efetivado pela Lei Complementar nº 100, de 2007, nesses componentes curriculares.”

Dessa forma, se algum efetivo ou efetivado for retirado das aulas de turmas dos anos iniciais do ensino fundamental, a orientação do sindicato é fazer recurso administrativo à Superintendência Regional de Ensino.
Além disso, orientamos que esta situação seja discutida pelo colegiado escolar e levada ao conhecimento de toda a comunidade escolar.

DENUNCIE!

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Plenária estadual dos servidores de Superintendências Regionais de Ensino

Caso haja interesse em participar, contacte a subsede Caxambu

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Lista de votação para adesão dos professores / trabalhadores em educação das escolas da região de Caxambu à Paralisação Nacional

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação - CNTE - e os sindicatos estaduais da educação (entre eles o Sind-UTE/MG) estão convocando uma greve nacional para os dias 23, 24 e 25 de abril, em prol da luta pelo Piso Salarial, Jornada, Carreira e profissionalização dos funcionários da educação. A subsede Caxambu do Sind-UTE/MG lembra da importância da adesão dos trabalhadores docentes de nossa região a esta greve, para impulsionarmos cada vez mais a mobilização e organização de nossa categoria.
Contudo, acreditamos que a adesão das escolas deve ser debatida democraticamente e coletivamente entre os colegas. É importante que a decisão de participar ou não seja resultado de um processo democrático, sendo que todos devem acatar a decisão que for votada na escola. Muito do que ensinamos em sala de aula (ex.: cidadania) deve refletir nas práticas de nossa categoria.
Por isso apresentamos o modelo padrão da lista de votação, a ser passada nas escolas de nossa região. Os interessados podem fazer o download aqui e levar até os seus colegas. Não deixem de participar. Unidos, somos muito mais fortes!

PS: lembramos nossos colegas que a subsede Caxambu estará organizando um ônibus para a participação da categoria de nossa região na Assembleia Estadual no dia 23, convocada pelo Sind-UTE/MG. Os interessados devem entrar em contato conosco por e-mail.

terça-feira, 9 de abril de 2013

O que queremos para a escola? E como queremos? (por Cinthia Rodrigues)

do portal iG

Ao sair da escola estadual Claudio Abramo, que tem uma direção reacionária e um dos melhores Índices de Educação do Estado de São Paulo (Idesp) apesar da comunidade carente e violenta (ler matéria) em que se situa, me vieram à cabeça as tirinhas “O que queremos? E como queremos?”
Pensei em como me sentiria se meus filhos estudassem em uma instituição assim. Certamente um pouco de disciplina traz tranquilidade e levar os alunos a escrever longas redações desde o 2º ano é louvável. Mas o aprendizado imposto por um regime autoritário acarretaria privações e daria exemplos contrários à cidadania que gostaria de ver neles, portanto, o “que” não valeria o “como”.
Essa não é a primeira vez que gestões extremamente rígidas explicam ótimos indicadores em avaliações padrão. Se a falta de transparência na divulgação do Idesp não permitiu muitas análises, essa é uma reflexão que pode ser feita:  O que queremos para a escola? E como? A atual forma de avaliar a educação mostra incoerência nas respostas às duas perguntas.
*colaborarou a comunidade “O que queremos”

quinta-feira, 4 de abril de 2013

A Greve Nacional da Educação em nossa região

Os professores e trabalhadores em educação são profissionais que a sociedade (e o Estado) coloca em aberta dualidade. Ao mesmo tempo que propaga a importância de seu trabalho e a necessidade de melhoria do ensino como um todo, é profissionalmente desvalorizado e culpabilizado pelo fracasso educacional no Brasil.
Infelizmente, o segundo elemento é o que traz consequências trágicas. Ao mesmo tempo que retira a responsabilidade do poder público em investir cada vez mais no setor, coloca o professor em uma situação de penúria econômica  Sua existência material está cada vez mais crítica, devido aos constantes ataques ao seu salário, a sua carreira e aos seus direitos. E tudo isso é bem pensado pelo sistema, que para garantir os privilégios da elite dominante, mantém e aprofunda esse status quo.
Diante desse quadro, se torna fundamental a reação de nossa categoria. É importante que os professores e trabalhadores em educação se mobilizem e se organizem na luta em defesa de seus direitos e interesses coletivos, como também em defesa de uma educação pública e de qualidade. Por isso que diversos sindicatos estaduais e municipais estão chamando a Greve Nacional da Educação para os dias 23, 24 e 25 de abril. Três dias que paralisaremos nossas atividades em todo o país para darmos o recado aos nossos governantes: RESPEITEM OS PROFESSORES, RESPEITEM NOSSOS SALÁRIOS E NOSSAS CARREIRAS, RESPEITEM A NOSSA PROFISSÃO, E RESPEITEM DE FATO A EDUCAÇÃO!
Em nossa região, o Sind-UTE/MG - subsede Caxambu - convoca os colegas professores e trabalhadores a aderirem a essa paralisação. Debatam com os seus colegas de escola, votem a paralisação em seus módulos II, juntem-se a luta nacional. A união e a solidariedade da categoria é importante para se conquistar os nossos objetivos.
Para a participação da categoria na Assembleia Estadual de Minas Gerais no dia 23, a subsede Caxambu estará organizando um ônibus da região para Belo Horizonte, como também aqueles que desejam ir para a Manifestação Nacional em Brasília no dia 24. Entrem em contato conosco, deixe seu nome e dados, e participe você também dessa luta social. UNIDOS, SOMOS MUITO MAIS FORTES!

Para mais informações, mande um e-mail para sindutecaxambu@hotmail.com

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Plenária municipal sobre o 1/3 de jornada extraclasse, em Caxambu


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