Caso da professora Rosimary que precisou de medida liminar para conseguir atendimento médico em hospital conveniado com Ipsemg, em Uberlândia, continua repercutindo
Depois de passar 25 dias internada no Hospital e Maternidade Madrecor, em Uberlândia, entidade conveniada com o Instituto dos Servidores do Estado de Minas Gerais (IPSEMG), aguardando a liberação dos procedimentos para a cirurgia, a professora Rosimary Costa Araújo Maximiano enfim foi operada no dia 07 de outubro. A cirurgia foi realizada com sucesso, ela recebeu alta, dois dias depois e se recupera em casa, na companhia de familiares.
Rosimary só conseguiu o atendimento médico após denunciar a situação ao Ministério Público, garantindo a liberação para a cirurgia por meio de um mandado de segurança. Tudo isso, por que o IPSEMG se negou a cobrir o custo do procedimento cirúrgico, no valor estimado de R$ 8 mil.
A professora fraturou o ombro direito em três lugares no dia 12 de setembro, o que ocasionou a perda de todos os movimentos do braço. Com a ajuda do marido aposentado ela procurou o atendimento no Madrecor, hospital que recebe servidores públicos estaduais, através de convênio com o IPSEMG. Foi informada de que deveria ser internada com urgência, já que corria o risco de ter o braço amputado, caso evoluísse para uma infecção grave.
Absurdo maior foi a professora ter que aguardar 25 dias, com o braço direito imobilizado e totalmente dependente para atividades rotineiras como se vestir, por exemplo, controlando as dores a base de medicamentos, para que a direção do IPSEMG, por força dei, fosse obrigada a realizar a cirurgia. Mesmo com a ação do advogado, do acompanhamento político do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Geais (Sind-UTE/MG), subsede Uberlândia e das denúncias na mídia, a burocracia estadual fez com que a professora aguardasse 25 longos dias de agonia e incertezas.
A educadora está indignada com descaso por parte do governo do Estado, uma vez que contribui muitos anos com o Instituto, sendo descontada nos dois cargos que trabalha. “Foi muita humilhação e descaso que passei, eu e a minha família, pretendo entrar na Justiça pedindo reparação danos morais”, afirma.
Rosimary Costa é professora da Rede Estadual de Ensino há 15 anos, tendo começado a lecionar na cidade de Curral de Dentro, no Vale do Jequitinhonha (Superintendência Regional de Ensino de Almenara). Em 2012, ela foi transferida para Uberlândia, onde é professora na Escola Estadual José Zacarias Junqueira e supervisora pedagógica na Escola Estadual Teotônio Vilela. Rosimary tem duas filhas que residem em Brasília e ela mora com o marido aposentado. A demora no laudo médico ocasionou atraso na substituição da professora na escola, prejudicando também os alunos.
A coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira repudia atitude do governo e afirma que o departamento jurídico do Sindicato dará toda assistência necessária à professora. “È um verdadeiro absurdo o descaso com que o governo mineiro trata a educação e a saúde do funcionalismo público estadual. Por isso denunciamos e a sociedade precisa conhecer a verdadeira realidade do estado e cobrar investimentos nos diversos segmentos como saúde e educação. São direitos e a sociedade mineira merece respeito e dignidade.”