Foi o que disseram os servidores das
Superintendências Regionais de Ensino (SREs) e do Órgão Central após o relato
da Comissão de Negociação, que esteve por mais de três horas com membros do
Executivo, na tarde desta terça-feira (04/08), no Palácio Tiradentes, na Cidade
Administrativa, em Belo Horizonte.
Já a partir das 15h, os servidores,
cerca de 1.000 pessoas, vindas de todas as Superintendências Regionais (47 no
total) e mais o Órgão Central começaram a se mobilizar. Com faixas, cartazes e
apitaço, marcaram presença na Cidade Administrativa, que viveu uma tarde
movimentada.
A reunião de negociação teve início por
volta das 17 horas, já que houve um pequeno atraso. É que a Comissão de
Negociação foi impedida de entrar no prédio por volta das 16h30, horário
marcado para começar os trabalhos. O governo tentou passar a reunião para outro
local, mas logo depois declinou da ideia e permitiu a entrada da Comissão,
composta pela coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira e as
diretoras estaduais Lecioni Pereira, Marilda de Abreu e Feliciana Saldanha.
Pelo governo participaram: o Secretário-Adjunto de Educação, Antônio Carlos
Pereira e o Secretário-Adjunto de Governo, Francisco Moreira.
Em vigília, os servidores permaneceram
o tempo todo em alerta, marcando presença efetiva no local, cantando, rezando e
proferindo palavras de ordens. A expectativa era grande e já era noite, quando
a Comissão de Negociação saiu do prédio Tiradentes, com os informes da reunião.
Relato da reunião realizada hoje com o
Governo do Estado:
Em pauta a discussão sobre as
reivindicações de correções das distorções nas carreiras dos servidores das
Superintendências Regionais de Ensino e do Órgão Central. Os servidores estão
em greve desde o dia 27 de julho em função da demora do governo estadual em
realizar a negociação destas distorções.
Os representantes do governo
apresentaram os seguintes retornos:
1) Aplicação da mesma tabela do
Analista Educacional com função de Inspeção Escolar para os demais Analistas: o
governo é contra, entende que a diferença salarial deve existir.
2) Corte para 2002 sobre o estágio
probatório para promoção por escolaridade: a resposta é não. Não é possível, na
avaliação do governo, fazer esta mudança.
3) Sobre as tabelas de Técnico da
Educação, Assistente da Educação e Assistente Técnico da Educação Básica, a
proposta do governo é a seguinte: "Após o recebimento do depósito judicial
será marcada nova reunião para escalonamento a partir de janeiro de 2016 da
correção da tabela de ASE, ATB e TDE que assegure a equivalência, respeitando a
carga horária com o vencimento básico do PEBTI.
Nova reunião: não foi definida. De
acordo com o governo, será possível marcar quando ele tiver retorno da situação
dos depósitos judiciais do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais
(TJMG).
A comissão de negociação do Sindicato
tentou durante toda a reunião que fossem feitas propostas mais concretas.
Argumentou sobre a diferença salarial entre a educação e os demais analistas de
outras secretarias, que é superior a 57%, da complexidade e responsabilidade da
função dos Analistas, que manter a referência de PEB TI já não contempla, uma
vez que este nível não existe mais; a ausência de propostas mais concretas é
incompatível com a realidade de mobilização atual, que as distorções nas
carreiras precisam ser enfrentadas e corrigidas, que servidores com mais de 20
anos de estado estão no nível I da carreira, que é necessário enfrentar e
corrigir as distorções que existem em relação aos demais servidores de outras
secretarias. Mas não houve avanços para além do que foi apresentado pelo
governo.
A voz dos servidores
“Queremos dizer ao governador Pimentel
que esperamos avançar na correção das distorções salariais dentro das SREs e,
ainda, que o nosso movimento é forte e vem crescendo com novas adesões a cada
dia. Portanto, vamos continuar a luta.”
Moema Lúcia de Azevedo Silva – ANE –
SRE São João del-Rei
“Estamos lutando por isonomia salarial
com ANE Inspetor, bem como o desvio-padrão entre o salário do analista e do
técnico. Nosso movimento ganha corpo, força e visibilidade. Não vamos abrir mão
de nossas reivindicações.”
Ruth Madureira – ANE – SRE Janaúba
"A SRE de Curvelo está com um grau muito
grande de adesão. O nosso movimento é politizado e consciente. Temos hoje 98%
de paralisação. Estivemos em Diamantina conversando com os colegas e eles
também aderiram ao movimento e agora já são mais de 90% de paralisação. As
distorções das tabelas salarias são grandes e o governo precisa corrigir isso.”
Samya Diniz – ATE – SRE Curvelo
“Estamos fazendo um movimento
histórico, unindo a categoria administrativa de maneira nunca vista até então.
Estamos confiantes e vendo com bons olhos essa disposição para a luta. O
movimento é crescente e tende a continuar, se o governo na atender as nossas
reivindicações.”
Orlando Gouveia – TED – SRE Divinópolis
“É surpreendente a adesão e o esforço
que todos nós estamos fazendo para estar aqui em Belo Horizonte, para fazer
esse grande ato. O governo precisa corrigir as distorções salariais das nossas
tabelas, já que a defasagem é muito grande. Agora, mais do que nunca, é
importante a nossa luta coletiva.”
Josiney Kleber Pereira Martins Aragão –
TED SRE Unaí
Ato de vigília realizado pelos servidores das SREs e Órgão Central na Cidade Administrativa
Ato de vigília realizado pelos servidores das SREs e Órgão Central na Cidade Administrativa
Reunião da Comissão com o Governo
Reunião da Comissão com o Governo