Categorias se organizam e comparecem em massa à assembleia geral para impedir manobra por fundação de entidade sindical sem legitimidade
Trabalhadores e trabalhadoras rejeitaram, em assembleia geral realizada na manhã desta sexta-feira (11), na sede Sindicato dos Policiais Federais (Sinpef-MG), no bairro Gutierrez, em Belo Horizonte , a criação do Sindicato dos Servidores Públicos Contratados do Estado de Minas Gerais. Embora o Comitê Pró-Fundação tenha convocado, por edital, uma reunião para apenas 20 pessoas, mais de 150 servidores e servidoras se organizaram e, por se considerar representados pelos sindicatos já existentes como o Sind-UTE/MG e o Sind-Saúde/MG, compareceram à assembleia e impediram o surgimento de uma entidade sindical fantasma, articulada em parceria da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) com Neila Cristina Barcelos, professora da Escola Estadual Antônio Ribeiro Filho e candidata a deputada estadual pelo PTdoB.
Segundo José Antônio Marcus Vieira, professor estadual em Itaobim, no Vale do Jequitinhonha, que coordenou a mesa da assembleia, os educadores contratados, principalmente, se uniram para votar contra a fundação do sindicato. “Tentaram argumentar que a categoria não estava bem representada pelo Sind-UTE. Eles não esperavam que tanta gente visse à assembleia, pois calculavam que somente 15 ou 20 estivessem aqui para referendar a fundação. Educadores de todas as regiões do Estado compareceram para afirmar que já são representados pelo Sind-UTE e rejeitaram a criação da nova entidade sindical”, disse o educador.
“Os servidores públicos derrotaram uma manobra para que 20 aprovassem um sindicato que representaria mais de 70 mil, apenas na área da educação. Na nossa avaliação, o novo sindicato é articulado pelo governo do Estado. Um Sindicato dos Servidores Públicos Contratados serviria para a disputa pelo Imposto Sindical e o reconhecimento da CSB pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Também foi uma nova tentativa de enfraquecer e desmoralizar o Sind-UTE, um dos sindicatos que mais faz o enfrentamento com o governo do Estado. Agradeço aos trabalhadores e trabalhadoras que se organizaram e impediram a criação de um sindicato fantasma, sem legitimidade, que se agregaria à base do governo estadual para fragilizar as lutas das categorias”, afirmou a presidenta da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) e coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira.