quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Anastasia e o futuro dos trabalhadores em Minas

Apesar do repúdio da maioria dos trabalhadores em educação de Minas Gerais, mas usando da máquina administrativa mineira e de uma campanha milionária, Antonio Anastasia foi reeleito governador do estado. O candidato, afilhado de Aécio Neves, continuará no poder alicerçado por uma vitória obtida em primeiro turno. Diante desta realidade, qual será o futuro de nossa categoria?

Nos últimos oito anos, temos presenciado a aplicação de uma política nefasta em Minas. O chamado choque de gestão retirou verbas, sobretudo das áreas sociais (educação, saúde, etc.) e beneficiou setores sociais ligados ao agronegócio e a burguesia mineira. Os trabalhadores, de modo geral, sofreram diretamente com esta política. Falta de investimentos nas escolas e privatização da saúde, opressão social, censura e repressão aos movimentos sociais, se tornaram realidade neste período.

Os servidores, entre eles os trabalhadores em educação, foram duramente atacados nestes anos. Seus salários foram congelados, enquanto o custo de vida só aumentou. As carreiras foram destruídas e colocou muitos professores em uma situação de miserabilidade. Este foi o governo de Aécio e Anastasia.

Mas em 2010 os trabalhadores em educação da rede estadual, cansados de tanta opressão, foram às ruas e protagonizaram o maior movimento grevista da categoria nos último 15 anos. Quase 75% da categoria cruzaram os braços por 47 dias, denunciando a situação da educação mineira e exigindo o pagamento do Piso Salarial Nacional.

Aécio Neves, e depois Anastasia, além de não atenderem os trabalhadores, atacaram a categoria. Usaram o Tribunal de Justiça de Minas Gerais para criminalizar a greve e tentaram, através da mídia, jogar a população contra os professores. Mesmo assim Anastasia não conseguiu derrotar o movimento. Depois de 47 dias, viu-se forçado a fazer um acordo.

Depois disso, o governador mostrou o quanto é confiável, ao descumprir diversas vezes o acordo de 25 de Maio. Não apresentou a proposta de pagamento do Piso salarial e impôs um regime de subsídio (Lei nº 18.975) que destruiu a carreira do magistério. Além disso, enrolou ao máximo o reposicionamento até véspera da eleição, fazendo-a erroneamente e prejudicando milhares de servidores. Também não publicou edital do concurso para iludir alguns efetivados e garantir mais votos. Isso tudo é apenas a ponta do iceberg.

Infelizmente, a maioria da população mineira, enganada pela poderosa mídia do estado, está lubridiada e votou pela continuidade desta política. Isso pode, a curto e médio prazo, ter conseqüências nefastas. O que estava ruim para todos nós, pode ficar pior.

A vitória eleitoral de Anastasia e Aécio dará poder para que se aprofunde o Choque de Gestão, agora chamado de nº 2. A situação dos trabalhadores em educação (salário, carreira, etc.) poderá piorar se nada for feito. Os movimentos sociais, principalmente os sindicatos combativos, sofrerão duros ataques e a censura, junto com o controle midiático, se aprofundará.

Desde já temos que nos mobilizar. Somente a luta direta dos trabalhadores poderá reverter esta situação e garantir um futuro mais digno para a nossa profissão, para a educação e para Minas Gerais. Reúnam-se, discutam a situação, organize e mobilize os colegas, ajude a construir o Sind-UTE/MG mais forte e combativo e resista aos futuros ataques do governo de Minas Gerais. Somente a luta muda a vida!

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