A posse dos deputados e deputadas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, dia 1º de fevereiro de 2019, foi marcada também por manifestações de entidades do funcionalismo público para cobrar do governador Romeu Zema o pagamento dos salários no quinto dia útil e o não parcelamento do 13º Salário de 2018.
Delegações de trabalhadores e trabalhadoras de todas as regiões do Estado, sob a coordenação do Sind-UTE/MG, marcaram presença e lotaram alguns espaços que davam acesso ao plenário da Casa.
Por abertura de diálogo com o governo
Segundo a direção do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais, apesar de várias solicitações do Sind-UTE/MG, até o momento, nem o Governador Romeu Zema ou a Secretaria de Estado da Educação, Júlia Sant’Anna, agendaram reunião com a entidade. Nem mesmo durante o período de transição, após o segundo turno das eleições, não aconteceu qualquer contato.
Vale destacar que a educação em Minas constitui uma grande e complexa rede com mais de 250 mil servidores e servidoras e mais de 3.600 escolas estaduais, 47 Superintendências Regionais de Ensino (SREs). Portanto, requer, um amplo processo de diálogo para resolução dos problemas, valorização da categoria e garantia de direitos para crianças e adolescentes, jovens e adultos.
Dirigentes sindicais, durante conversa com a imprensa que fez a cobertura no local, alegaram que é “no mínimo espantoso e desrespeitoso não ter nenhum processo de diálogo com o Sind-UTE/MG”.
No dia 25 de janeiro, foi convocada uma reunião das entidades do funcionalismo com o Secretário de Planejamento e Gestão, Otto Levy. A expectativa era que fosse iniciado um processo de negociação das demandas gerais do funcionalismo, o que não aconteceu. Nenhuma definição sobre o pagamento ou o parcelamento do 13º salário foi apresentada ou discutida.
Já nesta segunda-feira, dia 28 de janeiro, o governador Romeu Zema, informou, por meio de suas redes sociais, o pagamento parcelado em 11 vezes do décimo terceiro salário referente ao ano de 2018. Para o Sindicato, o que esse parece fugir ao contato com as entidades representativas, evita debater as questões essenciais para a vida dos/as servidores/as estaduais.
O Sind-UTE/MG vem cobrando, permanentemente, que a questão do pagamento dos salários e o pagamento integral do décimo terceiro salário seja resolvida em definitivo.
Ações movidas pelo Sindicato
Até o momento, foram 7 (sete) ações que tramitam na tentativa de garantir esses direitos além da de mobilizações, paralisações e manifestações, notificações ao governo e ação judicial. A política de comunicação por rede social impossibilita qualquer diálogo.
A falta de diálogo prejudica, de forma mais acentuada os/as trabalhadores/as que recebem os menores salários, tendo em vista que as parcelas desses/as trabalhadores/as serão irrisórias se comparadas aos maiores salários do Estado.
Diante deste quadro, cuja perspectiva é o seu agravamento, precisamos pressionar por uma mudança de comportamento. Essa forma de governar penalizará o funcionalismo e não podemos aceitar. Diante desta situação da falta de diálogo e da imposição do parcelamento do 13º salário, é que o Sind-UTE/MG convocou todos os trabalhadores e trabalhadoras em educação para se manifestar no dia 1º de fevereiro.
Manifestantes chamam Vale de assassina e se solidarizam com familiares das vítimas
Os profissionais da educação também aproveitaram a oportunidade pra denunciar o crime da Vale em Brumadinho. Com faixas, palavras de ordem e cruzes espalhadas ao redor das escadarias de acesso à Assembleia Legislativa denunciaram a Vale e a chamaram de “assassina”.
Houve também vários momentos de consternação e solidariedade às vítimas dessa tragédia.
Fotos: Taís Ferreira/Sind-UTE/MG