A Câmara de Caxambu ficou pequena
para o grande número de trabalhadores que ocuparam os assentos e todos os
demais espaços possíveis da plenária. A presença massiva dos funcionários
públicos municipais de Caxambu não só mostrou o alto grau de insatisfação, como
também a sua disposição para a luta.
A assembleia geral começou com a exposição
dos membros da Comissão do Funcionalismo. Júlio Tadeu, presidente do
Sindiscaxa, resumiu a situação da campanha salarial e a absoluta falta de
disposição por parte da prefeitura em não negociar a pauta de reivindicações,
mesmo após várias tentativas da comissão em marcar reuniões com o executivo em
dezembro, janeiro e fevereiro. Já a professora Carla Fernandes, da comissão dos
professores municipais, relembrou as etapas da organização da campanha, a
importância da participação de todos e o avanço da mobilização.
Logo após essa introdução, foi
aberta a palavra à plenária, de forma democrática e participativa. As falas dos
presentes refletiam a enorme disposição de luta da categoria, e a diminuição
qualitativa dos medos e receios dos trabalhadores. Muitas contribuições foram
apresentadas pelos presentes, como a proposta de aumentar o índice de reajuste
aos funcionários referência 1 para acima do salário mínimo, como também formas
de organização da campanha.
O professor Cássio Diniz, diretor
estadual do Sind-UTE/MG e membro da comissão do funcionalismo, ressaltou a necessidade
de aproveitar do momento em que se apresenta no Brasil. Lembrou a histórica
vitória dos agentes de limpeza urbana (garis) do Rio de Janeiro na semana
anterior, e enfatizou a importância de se espelhar em seu exemplo, apontando
que somente a luta unificada e participativa é a garantia de vitórias.
Ao final das intervenções e das
ponderações, os trabalhadores funcionários públicos municipais de Caxambu
votaram e aprovaram o indicativo de greve até a próxima assembleia no dia 21 de
março. Se até lá a prefeitura não abrir negociações e apresentar sua
contraproposta da pauta de reivindicações, a categoria decretará greve e
paralisará todas as suas atividades a partir de segunda-feira, dia 24.
Algo inédito na cidade, a greve
será ocasionada pela mais absoluta falta de interesse do executivo municipal em
negociar desde o começo. Como a comissão destacou, desde dezembro do ano
passado se tentou a via do diálogo e da negociação. Todavia, a prefeitura
resolveu desrespeitar a categoria, impondo-lhes a perda salarial e a perda de
direitos. No entanto, os trabalhadores deram a prova que dessa vez será
diferente. Aumenta cada vez mais os gritos da palavra de ordem “UNIDOS, SOMOS
MUITO MAIS FORTES!”