Servidores das SREs e Órgão Central fazem nova Assembleia e decidem continuar a greve ~ Sind-UTE/MG Caxambu

A greve dos servidores do Órgão Central e das Superintendências Regionais de Ensino (SREs), que teve início em 27 de julho último, vai continuar. Foi essa a decisão tirada nessa terça-feira (15/09), à tarde, durante Assembleia realizada no Hall das Bandeiras da Assembleia Legislativa, em Belo Horizonte.

Pela manhã, a categoria manteve vigília enquanto acontecia mais uma reunião de negociação entre o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) e o Governo, no 1º andar do prédio Gerais, na Cidade Administrativa. Desta reunião participaram pelo Sind-UTE/MG, a coordenadora-geral, professora Beatriz Cerqueira e as diretoras Feliciana Saldanha, Lecioni Pereira e Marilda de Abreu Araújo. Pelo Governo, o secretário-adjunto de Governo, Francisco Eduardo Moreira, o secretário-adjunto da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), Wieland Silberschneider e o secretário-adjunto da Educação, Antônio Carlos Pereira. Os deputados estaduais professor Neivaldo e Rogério Correia também estiveram presentes.

O Sind-UTE/MG, conforme explicou a coordenadora-geral, Beatriz Cerqueira, apresentou ao Governo uma série de dados relacionados às despesas do Estado com o pagamento da folha da educação, redução de número de pagamentos de efetivos e designados (foram mais de 28 mil pagamentos comparando 2014 e 2015), o que mostra um enxugamento inexplicável da máquina pública na educação. “Também reforçamos a informação de que a distorção nas tabelas salariais dos analistas e técnicos foi acentuada na última década”, disse.

A Comissão de Negociação frisou ainda ao Governo os motivos que levam a categoria a estar em greve. São basicamente quatro pontos fundamentais: como o Executivo já retirou o nível médio da carreira do professor, a referência reivindicada para correção das tabelas de Técnico da Educação (antes ATE), Assistente da Educação e Assistente Técnico da Educação Básica é 85% do vencimento inicial do Analista Educacional. Além da correção, os servidores querem que as tabelas destas carreiras fiquem vinculadas à tabela da carreira do Analista Educacional, aplicação da tabela do Analista Educacional com função de Inspeção Escolar para o Analista Educacional e modificação do corte para considerar o estágio probatório para promoção por escolaridade de 2008 para 2002.

Proposta do governoA reunião foi suspensa por cerca de 40 minutos para que os representantes do Governo conversassem internamente. Ao final, o Governo apresentou as seguintes propostas: manter os 16% na correção das tabelas dos técnicos, mudando a data de agosto de 2016 para abril daquele mesmo ano (8%), e esse mesmo percentual em agosto de 2017. Aumento de 50% no ticket alimentação, passando de R$220 para R$330 e uma correção na tabela dos Analistas de 5%, a ser paga integralmente em abril do próximo ano.

A intenção do Executivo, caso houvesse aceitação da proposta apresentada, seria fazer uma emenda ao projeto de lei que tramita na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), e que diz respeito às reivindicações de outras categorias.

Avaliações em grupo

Após ouvir a explanação sobre a reunião com o governo do Estado, os servidores se reuniram em grupos, por regiões, e avaliaram a proposta do Executivo. No relato das discussões dos grupos, todas as regiões avaliaram a proposta do Governo como insuficiente e apontaram a continuidade da greve. Também aprovaram o seguinte calendário de atividades:

- Continuar as estratégias visando dar maior visibilidade ao movimento, com participação nos fóruns regionais.
- Investir mais na divulgação do movimento na mídia regional.
- Potencializar as mobilizações em todo o Estado para manter e ampliar o quadro de adesão à greve.
- Solicitar audiência com a Secretária de Educação.

- Realizar reunião do Conselho de representantes das SREs e do Órgão Central, no dia 22 de setembro, às 9h, em Belo Horizonte.
- Realizar nova assembleia em Belo Horizonte, no dia 22 de setembro, 15 horas no Pátio da ALMG.

Índices de adesão à greve em todo o Estado

Norte de Minas - Montes Claros: 95% , Januária: 90%, Janaúba: 80%, Pirapora: 60%.

Zona da Mata - Leopoldina: 70%, Juiz de Fora: 93%, Carangola: 70%, São João del-Rei: 75%, Ponte Nova: 80%, Ubá: 75%, Ouro Preto: 35%, Muriaé: 50%, Barbacena: 60% , Conselheiro Lafaiete: 80%

Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste - Uberlândia 85%, Uberaba: 56%, Ituiutaba: 22%, Patrocínio: 10%, Patos de Minas: 12%, Unaí: 75%, Paracatu: 57; Monte Carmelo: 12%.

Sul de Minas e Centro-Oeste - Divinópolis: 80%, Pará de Minas: 65%, Pouso Alegre: 85%, Caxambu: 80%, Varginha: 15%, Itajubá: 10%, Passos: 32%, Poços de Caldas: 40%, São Sebastião do Paraíso: 60%, Campo Belo: 70%.

Belo Horizonte e Região Calcárea - Metropolitana A: 50%, Metropolitana B: 50%, Metropolitana C: 75%, Órgão Central: 15%, Sete Lagoas: 69%, Curvelo: 40%.

Vale do Aço - Caratinga: 60%, Manhuaçu: 50%, Coronel Fabriciano: 15%, Guanhães: 60%, Nova Era: 12%.

Rio Doce, Mucuri e Jequitinhonha - Governador Valadares: 85%, Araçuaí: 73%, Teófilo Otoni: 86%, Almenara: 32%, Diamantina: 75%.

Agenda
No próximo dia 18/09, às 14 horas, na Cidade Administrativa, o Sind-UTE/MG volta a se reunir com o governo. Desta vez, para tratar de itens do Acordo firmado, e que resultou na Lei 21.710/2015.

Encerramento

Ao final das atividades da Assembleia, a professora aposentada Rosa Helena Pimentel, fez uma breve apresentação musical, em homenagem ao movimento.