Acampamento em Defesa da Democracia e contra o Golpe é lançado na Praça da Liberdade
Dez mil pessoas participaram, num 1° de Maio histórico em Belo Horizonte, de ato público, marcha e lançamento do Acampamento em Defesa da Democracia e contra o Golpe. Após concentração na Praça Afonso Arinos, que começou por volta das 10 horas, a marcha seguiu para a Praça Afonso Arinos em direção à Praça da Liberdade, onde aconteceram manifestações políticas e culturais. Caravanas de diversas cidades participaram da mobilização de domingo (1°).
No 1º de maio, a Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) , CTB, sindicatos e movimentos sociais alertaram os trabalhadores sobre os riscos de perderem direitos conquistados tão duramente ao longo de décadas no país. Eles denunciaram o plano encabeçado pelo vice-presidente traidor Michel Temer, de assaltar o poder e adotar medidas que retiram direitos trabalhistas, acabam com programas sociais, privatizam estatais como a Petrobras, entregam as riquezas do país e beneficiam o sistema financeiro.
Durante a concentração e a marcha, os manifestantes se solidarizaram com os estudantes de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que, por força de liminar expedida por uma juíza do Tribunal de Justiça (TJMG), foram impedidos na sexta-feira (29) de realizar uma assembleia em que discutiriam atual conjuntura política e deliberariam ações.
“Esta Justiça não nos representa. Este mesmo Tribunal proibiu manifestações nos 853 municípios de Minas Gerais, em 2014, durante a Copa do Mundo, e estipulou multa de R$ 600 mil para quem realizasse protestos. Não podemos aceitar isto. Vamos discutir política sempre, na perspectiva da classe trabalhadora, dos estudantes do povo brasileiro. As reformas que envolvem os trabalhadores e os brasileiros têm que ser discutidas nas ruas e não em gabinetes. O movimento estudantil tem um recado para o Michel Temer, que não deixarão que sua ponte para o passado seja implantada. Nossa solidariedade aos estudantes, que foram duramente perseguidos na ditadura, e voltam a ser reprimidos”, disse Beatriz Cerqueira, presidenta da CUT/MG.
Por volta das 11 horas eram 5 mil e, às 12 horas, somavam 10 mil, quando a marcha começou subindo a Avenida João Pinheiro, passando pelas ruas Guajajaras e Bahia e avenida Bias Fortes, para chegar à Praça da Liberdade. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ia à frente e o carro da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) fechava o cortejo.
Mas a animação ficou com a bateria do Levante Popular da Juventude. Centenas de celulares de fora da manifestação gravavam as marchinhas de carnaval e achavam graça daquele povo que protesta levando um sorriso no rosto. Se tivessem nas rádios, as paródias que falam do Cunha certamente estariam nas paradas de sucesso. “Êta Cunha ladrão”, cantavam.
E o senador Antonio Anastasia também recebeu seu recado. Um dos senadores por Minas Gerais, Anastasia (PSDB) é considerado um golpista por suas posições pessoais e de seu partido. Ele é relator do processo de impeachment de Dilma Rousseff, porém, teve seu governo investigado por cometer o crime do qual Dilma é acusada, com a diferença de que não beneficiou programas sociais, mas sim retirou dinheiro da saúde e investiu em vacinas para cavalo. Ou seja, uma “cavalgada fiscal”, disse o Levante Popular da Juventude, que fez um escracho em frente ao prédio em que o senador reside.
Na Praça da Liberdade, a alegria, resistência e determinação dos ativistas contagiaram e mostraram que vai ter muita luta por democracia, liberdade e direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Foi lançado o Acampamento em Defesa da Democracia e Contra o Golpe, em Belo Horizonte, e 250 manifestantes vão ficar acampados próximo ao coreto até o dia 11 de maio, data prevista para a votação do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff no Senado. O #OcupeaLiberdade já acontece na Praça da Liberdade com 250 manifestantes, com diversas atividades culturais e educativas.
Além das manifestações, a Frente Brasil Popular orienta a todos a pressionar os senadores em suas bases eleitorais para que votem contra o impeachment, até dia 11 de maio, data prevista para a votação no Senado.
Praça da Cemig
Antes da Marcha, houve ato político dos Trabalhadores na Praça da Cemig, que homenageou o sindicalista Carlos Campos, ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), falecido em janeiro deste ano, que dedicou a vida à luta por direitos e um mundo melhor.
Confira a Programação do Acampamento pela Democracia #OcupeaLiberdade
Segunda-feira - dia 2 de maio
18h30 - Cineclube pela democracia
Terça-feira - dia 3 de maio
18h30 - Aulão público - Plano Temer e a ameaça aos direitos dos trabalhadores
Quarta-feira - dia 4 de maio
18h30 - Aulão público - Petrobrás, pré sal e energia: ameaça a soberania nacional
Quinta-feira - dia 5 de maio
18h30 - Aulão público - Oligopólio dos meios de comunicação, entendendo o golpismo em curso
Sexta-feira - dia 6 de maio
18h30 - Aulão público - Mulheres pela democracia
Ao longo da semana haverá atividades nas tendas temáticas: saúde, educação, sindicatos, mulheres, luta urbana, movimentos negro, juventude
Fotos: Arquivo CUT Minas
Fontes: CUT/MG/ Rogério Hilário, Frente Brasil Popular Minas e Jornalistas Livres